quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Celular agora chega à tela da TV

ORIGINAL: LINK - Estadão (10/09/2007)

ROBSON FERNANDJES/AE
JORNALISMO VERDADE - Com um celular escondido, João Gordo, da MTV, pôde gravar no Museu do Louvre

Televisão brasileira tem dois novos programas totalmente gravados com telefones: ‘Retrato Celular’ e ‘Gordo Viaja’

No melhor esquema “da telinha para a telona”, dois programas, totalmente filmados por aparelhos celulares, acabam de estrear na TV brasileira. Retrato Celular, no Multishow, teve seu primeiro episódio exibido na semana passada. É uma espécie de reality show dividido em oito episódios, em que 34 pessoas de 21 a 30 anos filmaram suas vidas por meio de telefones móveis.


O outro programa, que estréia hoje na MTV, às 23h, é Gordo Viaja. O apresentador João Gordo, munido de vários celulares, fez um diário de bordo de sua excursão por oito países. Novamente, tudo foi filmado pelas lentes de um celular.

Os dois programas são exemplos de como o celular está deixando de ser, entre outras coisas, uma ferramenta de registro de imagens em movimento amadora, voltada apenas para a internet. É uma nova linguagem que, na proposta de ambos os programas, caiu como uma luva.

Em ambos os casos, não importa a alta resolução da imagem ou o áudio impecável, mas as novidades que o formato proporcionou. Em Retrato Celular (terças, às 21h45), que é produzido pela Conspiração Filmes, o celular trouxe um enorme grau de intimidade.

“Nossa idéia era fazer um ‘autoreality’, ou seja, as pessoas filmando as suas próprias vidas”, explica Andrucha Waddington, diretor geral do programa. “E o celular é a ferramenta mais simples de operar e de se jogar na mão de alguém.

Já em Gordo Viaja, a agilidade de se deslocar para cima e para baixo apenas com celulares e cartões de memória foi tremenda. “No programa antigo (Mochilão), viajávamos com seis pessoas. Agora só foram duas: o João e a diretora”, diz Raquel Affonso, gerente do núcleo do programa.

Para João, um lado bacana do celular foi filmar em lugares de difícil acesso, como o Museu do Louvre, na França. “Foi sem autorização mesmo. Jornalismo verdade é isso aí”, brinca.

Nas duas atrações, a grande preocupação era com a qualidade do áudio. Afinal, todo o som é captado pelo próprio aparelho e não dá para ligar microfones neles. Ao ver as atrações, percebe-se que o som ficou bom – também, os celulares usados eram tops e bem mais caros do que a maioria. Em Retrato Celular, o modelo usado foi o N93, da Nokia. Em Gordo Viaja, o mesmo N93 e o N95, também da empresa finlandesa.


Para Andrucha, o celular se mostrou uma linguagem a mais. “Não gosto desses paradigmas de que o novo vai acabar com o velho”, diz. Raquel concorda. “A experiência foi tão boa que o celular abriu uma oportunidade para novos programas e formatos.” G.M.

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